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Do Forecasting ao Foresight: Como o RH Pode Cruzar Presente e Futuro


O mundo hoje está mudando em uma velocidade sem precedentes, esta dificil acompanhar. Modelos tradicionais de forecasting em RH baseados apenas em headcount e projeções orçamentárias não oferecem mais respostas suficientes para tomar a decisão. Hoje, líderes de pessoas precisam adotar uma abordagem de foresight, que antecipa cenários e conecta decisões do presente com o futuro organizacional.

Forecasting vs. Foresight em RH


Durante muito tempo, o forecasting em RH foi a principal forma de planejar o futuro da força de trabalho. Ele parte de um olhar para o passado: números de headcount, taxas de turnover, crescimento histórico, e projeta o que virá de forma linear


  • O foresight em RH, por sua vez, é como trocar a régua por um radar. Ele conecta dados internos e externos desde habilidades disponíveis dentro da organização até movimentos de mercado, mudanças regulatórias ou inovações tecnológicas. Com o apoio da inteligência artificial, é possível simular múltiplos cenários, prever riscos e preparar respostas ágeis para diferentes futuros possíveis.


Exemplo prático para melhorar a compreensão:


  • Como era (Forecasting): Uma empresa do setor financeiro previa que precisaria de 200 analistas em dois anos, baseando-se apenas no crescimento passado da carteira de clientes. Quando o mercado mudou, o planejamento já estava desatualizado.

  • Como é (Foresight): A mesma empresa, agora usando foresight, consegue analisar tendências de digitalização, automação de processos e novas competências em dados. Ao cruzar essas informações, percebe que não precisa de 200 analistas, mas sim de 120 profissionais requalificados em análise preditiva e 30 especialistas em IA aplicada ao setor financeiro.


Assim, o RH deixa de ser reativo e passa a ser um parceiro estratégico do negócio, garantindo que as escolhas de hoje sustentem a organização de amanhã.


Por que o Foresight é essencial hoje


  • Mudanças tecnológicas aceleradas: IA generativa, automação e novas competências surgem em ciclos cada vez mais curtos.

  • Mercados instáveis: Crises, regulações, mudanças geopolíticas.

  • Expectativas de colaboradores: Carreiras não-lineares, busca por aprendizado contínuo, propósito e flexibilidade.


Nesse cenário, confiar apenas em previsões estáticas (forecasting) é como dirigir olhando pelo retrovisor. O foresight funciona como um farol de longo alcance: permite enxergar tendências, antecipar cenários e tomar decisões que equilibram o agora com o que está por vir.


O grande impacto é que o RH deixa de ser apenas executor de demandas imediatas e passa a ocupar o papel de centro de inteligência estratégica para o negócio, orientando líderes sobre como agir hoje sem comprometer o futuro da organização.


Como aplicar Foresight no dia a dia do RH


Pode parecer um bicho de sete cabeças, mas foresight não precisa ser algo distante ou complicado. No fundo, ele começa com pequenas escolhas no dia a dia que mudam a forma como você olha para pessoas, dados e cenários. Vou compartilhar alguns caminhos práticos que qualquer área de RH pode começar a aplicar:


  • Cenários dinâmicos: Em vez de fazer um planejamento fixo para os próximos dois anos, experimente simular cenários diferentes. Por exemplo: “E se metade da nossa operação fosse automatizada em 12 meses? Quais funções seriam impactadas? Quais novas funções surgiriam?” Essa reflexão já ajuda a preparar líderes e colaboradores para várias possibilidades.


  • Mapeamento de habilidades: Não espere o turnover mostrar onde estão as lacunas. Use ferramentas de IA (ou até uma boa análise de projetos e entregas atuais) para identificar, em tempo real, quais competências estão presentes e quais precisam ser desenvolvidas. Assim você não olha apenas para cargos, mas para o que realmente sustenta o futuro da organização: as habilidades.


  • Mobilidade interna: Antes de decidir por desligamentos, olhe para as pessoas como potenciais protagonistas de novas funções. Muitas vezes, o que falta não é contratar alguém de fora, mas oferecer requalificação ou realocação para papéis emergentes. Além de reduzir custos, isso aumenta o engajamento e a confiança.


  • Decisões baseadas em dados: Cruzar dados de RH com Finanças e Estratégia pode parecer algo distante, mas na prática significa responder perguntas simples com evidências: “Vale mais contratar 20 pessoas novas ou requalificar 15 que já estão aqui?” O foresight acontece exatamente nesse ponto — quando suas decisões do presente já carregam a lógica do futuro.


No fim, aplicar foresight é menos sobre ter uma grande ferramenta e mais sobre mudar a forma de pensar: sair da lógica de apagar incêndios e começar a antecipar cenários, com humanidade e estratégia ao mesmo tempo. Cruzar informações de RH, Finanças e Estratégia para gerar previsões confiáveis.


O papel do RH: Presente + Futuro


Ao longo da minha trajetória, vivendo tantas transformações organizacionais, eu aprendi uma verdade simples: mudar não é fácil. Principalmente quando falamos do modelo de atuação do RH. Líderes e equipes se acostumam a um jeito de trabalhar e, muitas vezes, enxergam qualquer mudança como uma ameaça.


Mas se tem algo que o tempo me mostrou é que o papel do RH hoje é justamente equilibrar dois movimentos:


  • O presente, que pede respostas rápidas como contratar alguém urgente, substituir um talento-chave ou reorganizar equipes diante de uma demanda inesperada.

  • O futuro, que exige antecipar quais habilidades, estruturas e culturas serão necessárias para sustentar o crescimento e a relevância da empresa nos próximos anos.


Esse cruzamento entre presente e futuro é o que garante a resiliência organizacional. É o que transforma o RH em um verdadeiro motor estratégico do negócio, capaz de reagir às mudanças sem perder o rumo de longo prazo.


O futuro do RH não é mais apenas forecasting, mas sim foresight. E as empresas que conseguem unir essas duas perspectivas criam uma vantagem competitiva única: agir com agilidade no hoje, sem comprometer o amanhã.


➡️ Se você quer levar o RH e a sua empresa para um novo nível, o primeiro passo é desenhar cenários e preparar-se para eles. E, se precisar de suporte nessa jornada, conte comigo.

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