Falar pelas costas não resolve. Conversar, Sim.
- Marcela Azevedo
- 8 de set.
- 3 min de leitura
Hoje, numa das mentorias individuais, uma colaboradora me trouxe uma situação que, infelizmente, ainda é muito comum em muitas organizações e que diz muito sobre a cultura de um time.

Ela acabou de entrar em uma nova empresa. Está ainda naquele período sensível de adaptação, onde tudo é novo: processos, nomes, códigos implícitos, clima. E o que mais tem incomodado ela não é a carga de trabalho ou a curva de aprendizado, é o clima relacional. Com um olhar ainda novo de quem vem de fora, ela percebeu algo incômodo: as pessoas tem um hábito disseminado de falar mal das pessoas pelas costas, líder falando de colaboradores, colaboradores falando de colaboradores, e isso durante todo o dia.
Nas palavras dela, “todo mundo comenta de todo mundo... é como se as conversas paralelas tivessem mais força do que as conversas francas.” Preciso confessar que eu ja trabalhei em um lugar assim, e eu precisei ficar em "estado de alerta" até do que eu falava com as líderes, porque eu sabia que elas levariam para outras pessoas pessoas (muito complexa a situação, um dia conto para vocês).
Minha mentorada se sente desconfortável, exposta, e ao mesmo tempo, começa a perceber que alguns comportamentos que estão sendo criticados de fato acontecem. A crítica circula mas a solução, não.
Mas ninguém conversa diretamente com a pessoa envolvida?
Esse tipo de ambiente corporativo é tóxico não necessariamente porque tem "pessoas ruins", mas porque se perde o que há de mais valioso em qualquer relação de trabalho: a confiança direta.
Quando todos falam sobre os outros, mas não com os outros, a cultura da empresa vira um campo minado emocional. Todo mundo se defende. Poucos colaboram de verdade.
Depois de ouvi-la e conversarmos, perguntei: “Quer experimentar uma abordagem que muda a energia das relações logo de saída?” Ela disse sim. Então compartilhei uma estratégia simples e poderosa.
Toda vez que ela sentir desconforto ou dificuldade em lidar com alguém, especialmente nesse início de jornada nas empresas, ela pode se aproximar da pessoa e dizer algo como:
“Oi, fulano(a), estou chegando agora, ainda entendendo como as coisas funcionam por aqui… Queria te perguntar: tem algo que você valoriza muito na forma de trabalhar em equipe? Alguma coisa que eu posso fazer que facilite o nosso trabalho juntos?”
Essa pergunta desarma defesas.
Cria abertura.
Mostra vulnerabilidade, que você está disposta a ajustar o seu comportamento.
Transmite humildade e, ao mesmo tempo, intenção construtiva.
É um gesto pequeno que, repetido com consistência, cria microclimas saudáveis mesmo dentro de ambientes difíceis.
A conversa que poderia ser uma crítica vira uma parceria. E aos poucos, ela colabora para a melhoria da cultura atual.
O que está em jogo?
Toda vez que escolhemos falar com alguém, e não sobre alguém, estamos reforçando uma cultura de maturidade emocional, segurança psicológica e confiança mútua. Isso acelera a resolução de conflitos e fortalece vínculos profissionais duradouros.
Falar pelas costas pode até parecer mais fácil. Mas é sempre mais caro em termos de tempo, energia e reputação.
Cutucada da sua mentora para reflexão: Quem, hoje, mereceria uma conversa direta sua e não apenas o peso do seu julgamento silencioso? Como seria dar esse passo com intenção construtiva?
👉 E se você também deseja, precisa de algum suporte ou quer passar por um processo de mentoria, vai ser um prazer te ajudar.
Fala comigo, Marcela Azevedo: contato@hr-brasil.com
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