O Custo Silencioso dos excessos disfarçados de entrega
- Marcela Azevedo
- 24 de ago.
- 2 min de leitura
Atualizado: 8 de set.
“Precisamos refletir sobre o que estamos, de fato, normalizando como sinônimo de produtividade. A valorização da disponibilidade fora do horário de trabalho, como e-mails enviados à meia-noite não deve ser confundida com colaboração ou entrega de valor. Ao contrário, é um sinal de desequilíbrio que, a longo prazo, compromete saúde, performance e cultura organizacional.”
O custo dos excessos: cultura corporativa sem limites
Precisamos refletir sobre o que estamos, de fato, normalizando como sinônimo de produtividade. A valorização da disponibilidade fora do horário de trabalho como e-mails enviados à meia-noite não deve ser confundida com colaboração ou entrega de valor. Ao contrário, é um sinal de desequilíbrio que, a longo prazo, compromete saúde, performance e cultura organizacional.
Por que normalizamos o excesso?
Vivemos tempos em que o senso de urgência, somado à hiperconectividade, distorceu nossa percepção do que realmente significa gerar impacto. Trabalhar sem pausa virou símbolo quase um fetiche corporativo de comprometimento. Mas não é.
O mito da disponibilidade como lealdade

Responder mensagens à meia-noite pode parecer agilidade. Pode até soar como dedicação. Mas frequentemente revela uma falha mais profunda: a ausência de limites saudáveis entre o que fazemos e quem somos.
Como líderes, temos a responsabilidade de desconstruir essa cultura da exaustão silenciosa, que premia presença constante, mas ignora energia criativa. Que celebra a velocidade, mas negligencia a clareza.
A produtividade real não está no excesso, mas na intenção. Não está no tempo de conexão, mas na qualidade das decisões. Um time que opera cronicamente no limite não é resiliente é vulnerável. E organizações vulneráveis não sustentam alta performance por muito tempo.
Esta não é uma apologia ao relaxamento. É um chamado à responsabilidade. Líderes que confundem volume com valor, e disponibilidade com lealdade, estão ensinando a seus times que a única forma de ser visto é pelo excesso. E isso custa caro.
Precisamos fazer as pazes com uma verdade incômoda: em uma cultura saudável, dizer não é tão estratégico quanto entregar. E proteger o tempo das pessoas é proteger o futuro da organização.






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